terça-feira, maio 31, 2005

ora cá está uma conversa interessante

aqui, no ruínas circulares.

eu acrescentava-lhe... "é ver isso!"

segunda-feira, maio 30, 2005

gostei de ouvir

ontem na tsf,

aquilo que ao início parecia uma música pimba com excertos de um relato por cima - talvez uma promo de desporto mais "manhosa" - era, afinal, um tributo à vitória do vitória. pareceu-me justo, no mínimo, depois do enjoo provocado pelas papoilas saltitantes.

2-1 é caso (a última referência ao futebol neste blog nos próximos tempos) para "onomatopear": ihihihihihihihih...

sexta-feira, maio 27, 2005

preciso

anti-virus. urgente. para mim e para o pc.

terça-feira, maio 24, 2005

o homem do gás

e, cá está, o primeiro post "à gaja" deste blog.



nota de rodapé muito pertinente: este senhor, actor da série "lost" nas horas livres (rtp, sabados e domingos, 15-16h), e homem do gás a tempo inteiro, foi incluido no top50 das pessoas mais bonitas do mundo pela revista "people".

adoro

que a botija de gás acabe quando tenho o cabelo ainda cheio de shampô.

segunda-feira, maio 23, 2005

o adepto-cogumelo

domingo, 22 de maio de 2005

querido diário,
é muito estranho, hoje vi muitos benfiquistas.

apareciam de onde menos se esperava: cafés, auto-estradas, raízes de árvores... e essa doença chamada benfiquismo parecia ter infectado quem menos se esperava: o vizinho de baixo, o padre da paróquia, a nuxa... lá pelas 19h, descobri que 3 ou 4 amigos (que conhecia há anos e tinha em boa conta) eram, também eles, hereges membros dessa seita.

parecia que, de repente, "milhões" tinham saído da hibernação e ostentavam, de novo, essa faixa vermelha e branca do orgulho desmedido. é muito estranho, porque só os descobri agora? será de mim?

ah, que duro vai ser aturá-los... mas eles que aproveitem, que a próxima é só daqui a 11 anos, outra vez...

ps.- gostei de ver o reboque (um azul, naturalmente) a levar o carro desses "adeptos-cogumelo" para fora da vci. sim, e já não posso mais ouvir o senhor que canta as "papoilas saltitantes". mal por mal... prefiro os cogumelos.

quinta-feira, maio 19, 2005

ahhh... tava-se mesmo a ver


como diria o meu amigo crown, este senhor é um "falseco"!
vocês sabem do que estou a falar...

não vale a pena analisar opção, porquês, verdadeiras motivações...
e ainda dizia o comunicado da fpf: «tendo por isso aceite a pré-convocatória para os jogos de qualificação do campeonato do mundo». aceite?!?

bolas!! só por causa das coisas, agora já não queremos!

"the lifestyle of a lifetime"


encontrei isto no meio das fotos de londres...

quinta-feira, maio 12, 2005

hipnose

gente obstinada tem a mania de achar que comanda tudo. os desejos, as vontades, o caminho que tomam as sensações.
gente obstinada caminha por aí, despreocupadamente, segura de si e dos passos que pousa em cada chão.
gente obstinada não se deixa levar. leva tudo à frente.
há, contudo, um dia em que a obstinação adormece. o sono é profundo. está em hipnose... e assim começa a nossa história.

"dó menor. um acorde. pausa.... dois. pausado sempre... três. piano.... quatro. sustém... cinco. crescendo... seis. mezzoforte... sete. forte... oito. folêgo!

a melodia já serpenteia na cabeça, louca e total em todo o espaço sensitivo do corpo. tomado já pelo martelo e a corda que percute, é devorado pela vibração atirada para o ar e que chega cá fora abafada, espalhando-se como chuva miudinha no céu do dia cinzento. inspira de novo.

sente cada partícula engolida com o fôlego lento. sente até a ponta dos dedos e o coração que bate num outro corpo. é aquele bater (também) abafado que se ouve com o ouvido encostado ao peito de outra pessoa.

a música prossegue. e o passo apressado segue a linha invisível do som hipnótico. até à janela. é aquela janela! é aquela música...
está inebriado. o corpo, a mente, os sentidos. todos se vidram no som do piano que.... pára!

a professora repete dois compassos. a voz por cima das teclas, do martelo e das cordas percutidas. explica qualquer coisa que não consegue ouvir. a memória grita-lhe "o sentimento! ela está a pedir mais sentimento! nos dedos, na execução. não basta premir as teclas. não basta executar..."

a aluna assente com um aceno. a cena é bebida como se um mendigo faminto observasse, do lado de fora da janela, um bom restaurante. volta a posicionar as mãos. aquela posição de dedos flectida e segura, suave, firme. dó menor. acorde. pausa...

a hipnose solta-a por segundos para a deixar atirar para o lado, sem desviar o olhar da sala pequena e insonorizada, um embevecido "é rachmaninov. é lindo!" a um segundo de perder uma lágrima torna a ser levada na espiral do som que serpenteia. a hipnose dura enquanto a professora não torna a interromper a música para uma "lecture" de longa duração. ouve-se agora a bateria da sala ao lado, o vocalise da soprano aprendiz de callas...

torna a inspirar, mais longamente desta vez. suspira em soluços, como se tivesse acabado de chorar muito durante muito tempo.
belo. belíssimo. ser assim tomada de assalto por tão bela música e em tão belo lugar.

foram as malditas saudades que a hipnotizaram tanto naquele lugar. ou terá sido, porventura, o meridiano... em greenwich, o king charles court alberga hoje o trinity college of music. foi, em tempos, o old royal naval college, um lugar cheio de história mesmo em frente ao tamisa.

o que ouviu foram os primeiros compassos do concerto nº 2 para piano em dó menor, de sergei rachmaninov. uma música descoberta numa tarde de sol, quando as mãos de vladimir ashkenazy atravessavam as colunas da aparelhagem no anexo envidraçado.

é das mais belas músicas do mundo. e fica na cabeça...

dó menor. um acorde. pausa.... dois. pausado sempre... três. piano.... quatro. sustém... cinco. crescendo... seis. mezzoforte... sete. forte... oito. folêgo!"


depois de escrever este texto, procurei referências a rachmaninov e ao período em que escreveu o seu segundo concerto. incrivelmente, encontrei esta história. coincidência ou não...
imperativo conhecer a peça, começando pelo 1º andamento - moderato - aqui.

terça-feira, maio 10, 2005

hoje verei os olhos de antónio...


...serão belos como os de rafael...

ó minha amada
que olhos os teus
são cais noturnos
cheios de adeus
são docas mansas
trilhando luzes
que brilham longe
longe dos breus...


ó minha amada
que olhos os teus
quanto mistério
nos olhos teus
quantos saveiros
quantos navios
quantos naufrágios
nos olhos teus...

ó minha amada
que olhos os teus
se deus houvera
fizera-os deus
pois não os fizera
quem não soubera
que há muitas era
nos olhos teus.

ah, minha amada
de olhos ateus
cria a esperança
nos olhos meus
de verem um dia
o olhar mendigo
da poesia
nos olhos teus.

poema dos olhos da amada. vinícius de moraes. in antologia poética.

segunda-feira, maio 02, 2005

começou!


"the greatest parade" . photo by oup